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O Papel do Líder Positivo na Promoção da Saúde Mental nas Organizações

O Janeiro Branco é uma campanha de conscientização criada por psicólogos brasileiros. Segundo psicólogos e especialistas em Gente & Gestão, vale a pena aproveitar esse início de ano para promover o autoconhecimento e buscar o crescimento individual. No âmbito organizacional, a campanha destaca-se como uma oportunidade essencial para implementar iniciativas que beneficiem tanto colaboradores quanto as organizações. Trata-se de um programa dedicado à conscientização sobre a saúde mental e emocional, destacando a importância de cuidar do bem-estar psicológico. 

No Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população sofre de ansiedade e 5,8% enfrenta quadros de depressão, índices superiores à média global. As ações buscam envolver líderes, organizações e a sociedade em geral na criação de ambientes mais saudáveis e psicologicamente seguros. Estudos mostram que ambientes de trabalho que promovem a saúde mental podem reduzir os custos relacionados ao absenteísmo em até 40% (Deloitte, 2023).

Como especialista em Psicologia Positiva e com experiência em diversas empresas do segmento de serviços, pude observar de perto como as boas práticas dessa área podem transformar a cultura organizacional e impactar diretamente a performance dos colaboradores e, consequentemente os resultados da empresa.

Os líderes têm uma influência significativa sobre o clima organizacional e sobre a saúde mental de suas equipes. A forma como conduzem suas interações e gerenciam conflitos pode alterar níveis de estresse, engajamento e satisfação no trabalho ainda que esses episódios muitas vezes apareçam de forma sutil.

Um líder empático compreende os desafios pessoais e profissionais de seus liderados. Em uma empresa do setor de serviços em que atuei, implementamos treinamentos de escuta ativa para gestores. Como resultado, 79% dos colaboradores relataram uma maior percepção de suporte por parte de suas lideranças, sentindo-se encorajados a expressar opiniões, criticar, sugerir e trocar ideias com seu gestor.

De acordo com um estudo da Gallup (2022), organizações com altos índices de bem-estar entre os colaboradores apresentam um aumento de 21% na produtividade e 37% no engajamento de talentos. Esses dados reforçam a necessidade de incluir de forma prioritária a saúde mental na estratégia da organização, destacando o papel do líder como facilitador dessa mudança.

Algumas práticas podem e devem ser adotadas pelos gestores quando o assunto é prevenção de saúde mental nas empresas:

A liderança que exerce empatia e escuta ativamente é aquela que compreende que o verdadeiro poder do líder está em conectar-se genuinamente com as pessoas. Esse tipo de líder se coloca no lugar do outro, ajustando suas necessidades, sentimentos e perspectivas, sem julgamentos ou preconceitos. Ao ouvir ativamente, demonstra interesse e respeito, não apenas escutando as palavras, mas também compreendendo o contexto e as emoções por trás delas. 

Além de ouvir o que o colaborador diz, precisa entender o que ele está querendo dizer. Essa abordagem desenvolve confiança, fortalece os relacionamentos e inspira equipes para alcançar seu potencial máximo, promovendo um ambiente inclusivo, colaborativo e humano.

Incentivar o desenvolvimento de competências e celebrar conquistas cria um ambiente positivo. Segundo o modelo PERMA criado por Seligman, a realização é um dos pilares do bem-estar e deve ser priorizada pelos líderes.

Dessa forma, líderes que cuidam de sua própria saúde mental inspiram seus colaboradores a fazerem o mesmo. Em uma das organizações em que trabalhei, gestores foram incentivados a compartilhar suas práticas de autocuidado, o que aumentou a adesão dos times a programas de bem-estar em 45%. Uma liderança positiva relaciona-se com o seu time através do exemplo.

Os benefícios de integrar as premissas da Psicologia Positiva às práticas de liderança positiva são amplamente recomendadas e as pesquisas apontam para isso. De acordo com a American Psychological Association (2021), cada dólar investido em programas de bem-estar retorna, em média, 2,30 dólares em produtividade. Uma pesquisa da Deloitte (2023) revelou que 67% dos colaboradores são mais propensos a permanecer em empresas que priorizam a saúde mental. Autores como Barbara Fredrickson também destacam a importância das emoções positivas na ampliação da perspectiva e construção de recursos psicológicos, fundamentais para o desempenho sustentável.

O líder ocupa um papel estratégico na promoção da saúde mental nas organizações. Por meio dessas práticas baseadas na Psicologia Positiva, é possível transformar o ambiente de trabalho em um lugar onde os colaboradores não apenas produzem, mas também prosperam. Investir em saúde mental é uma decisão extremamente relevante que traz benefícios tanto para os indivíduos quanto para os resultados organizacionais. Dessa forma, proponha à sua empresa algumas práticas que podem fazer absoluta diferença no dia-a-dia. Que 2025 seja um ano de lideranças mais conscientes e ambientes mais saudáveis.


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